Maria Benedita Bormann, sob o pseudônimo Délia, desvela a história de Celeste, a protagonista que nomeia o livro, uma mulher corajosa que desafia as expectativas sociais de sua época. Ela decide casar-se com o homem que ama, no entanto, a noite de núpcias se revela um pesadelo, despedaçando seu sonho romântico. A personagem, aprisionada em uma união que se deteriora rapidamente, enfrenta as torturas da vida matrimonial do século XIX. É o evento terrível do abuso, exposto nas primeiras páginas do livro, que age como um catalisador, impulsionando Celeste a mudar de vida.
Este romance é uma denúncia da instituição do casamento, expondo traições, falsidades, sofrimento e desamor, que existem nessa “detestável” instituição, como diria a heroína. Em um período em que as mulheres eram frequentemente retratadas como submissas e passivas, a jovem revela-se libertina e destemida, dona de seu destino. Ela escolhe seus próprios parceiros e decide, por si mesma, quem merece seu amor.
Uma narrativa como Celeste representa, sem dúvida, a coragem de sua criadora.