O livro traz uma análise comparativa de três traduções para o português brasileiro do conto “Bliss”, de Katherine Mansfield. Escrito originalmente em inglês, no ano de 1918, e publicado pela primeira vez em 1920 – período em que a primeira onda feminista estava em efervescência – o conto aborda e critica, por meio de uma prosa bastante poética, a situação e a representação da mulher na sociedade inglesa pós-vitoriana. No Brasil, o conto recebeu diversas traduções, dentre elas: “Felicidade”, feita por Érico Veríssimo em 1941; “Êxtase”, realizada por Ana Cristina César em 1981; e “Felicidade”, elaborada por Julieta Cupertino em 1992. Essas traduções representam três diferentes visões sobre o texto de Mansfield, produzidas a partir de distintas concepções de tradução em contextos também muito distintos. Eles variam no cuidado com a retratação das figuras femininas e com os discursos de viés feminista. Observam-se elementos da tradução que remetem tanto à preocupação com a questão de gênero/feminismo, quanto a um conservadorismo em relação à imagem da mulher.